sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carta 10 - Resp - Sexo e economia

Lulu
Pô, como é que fazem gente assim, né ?
Vêm com umas histórias que parecem coisa de ficção científica, e nem se preocupam com o ridículo que passam.
Sobre essas trepadas em escala industrial depois do casamento, olha só essa:
A estagiária aqui do trabalho ia casar e me perguntou o que eu achava.
Respondi dizendo o seguinte:"Minha filha.Existe um programa na TV a cabo com o seguinte título: Como fazer sexo depois do casamento - Entendeu ? Então veja bem onde você vai se meter !".
E tem mais.Se você acrescentar os problemas e desencontros econômicos à rotina de um casamento, e ainda tentar medir o retorno em sexo, verá que o ROI tornará o casamento uma coisa inviável !!!!
Menos para esse casal que, for the record e, em tese, trepa muito acima da média universal !
Bjs
Pierre

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Carta 10 - Qtd e qualidade

Querido Pierre,

no outro dia escutei dessas fábulas modernas dignas de serem comentadas. Havia um casal desses que se diz atletas sexuais, desses que deixa todos os casados com vergonha. Era todo dia, na cozinha, no banheiro, na mesa da sala, essas coisas assim. Um fogo que o casamento (segundo eles) não apagou.

Seguindo o roteiro tradicional o casal resolveu "engravidar". E é aí que entra a ironia. Eis que durante 2 anos tentaram e nada. Considere que por 2 anos, segundo o que já descrevi antes, eram tentativas em quantidades muitíssimo superiores à média. Nem útero invertido resistiria.

Aí, comentário de uma amiga minha economista e versada em ditos populares: "menina, morri de pena. Mas vou dizer no popular: vai ter porra rala assim!". Eu já estava passando mal de tanto rir quando ela acrescentou para arrematar, uma explicação técnica: "Durante 2 anos, já não estava mais valendo a pena... Saca ROE?"

Eu que de economia, não entendo nada, entendi "ROI" que era o único termo que eu conhecia e continuei rindo. Mas percebi a sutil diferença e acabamos embarcando numas discussões para entender qual dos 2 termos melhor se aplicava ao problema do casal. E no fim, entendi que realmente "ROE" era o termo.

Roubando explicações do wikipedia que a minha amiga me cedeu:

ROE é o acrônimo de Return On Equity (em português: Retorno sobre o Patrimônio). A ROE é um indicador financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios recursos. Isto é, o quanto ela consegue crescer usando nada além daquilo que ela já tem.

O ROI é um acrônimo de Return on Investment, em português, Retorno do Investimento. Este índice financeiro mede o retorno de determinado investimento realizado e contabilizado em meses nos quais ele será amortizado para então começar a gerar lucros.

E a formulinha: ROI = ( gain from investment - cost of investment ) / cost of investment

Ou seja, é ROE mesmo. Recurso próprio aplicado. Mas no fim, até que o ROI também entrou na história através de consultas caríssimas para resolver o problema. E preciso dizer que neste caso, o ROI transforma-se em prejuízo líquido e certo, uma vez que filho gerado é sempre custo, fixo e crescente ao longo dos anos. Possibilidade nula de amortização.

Beijos,
Lulu.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Carta 9 - (Resposta) Forever Young

Caro Pierre,

vamos deixar de lado tanto pessimismo. É claro que com o tempo e com a idade vamos começar a sentir coisas diferentes. Os cabelos vão embranquecer, a pele vai enrugar, cada check-up uma surpresinha, só falta raspar... Mas a fórmula para a sobrevivência você mesmo já deu: sentir-se jovem! Tirar graça da desgraça. Como você fez com o desenho.

Você falou de pelada, de shows, de Beatles, de novas tecnologias. Fico pensando quanta gente na mesma idade que você que se entregou à pura rotina e limita-se ao trajeto casa-trabalho-casa-jantar-televisão e que nem se lembra mais das coisas que você descreveu.

Eu acho que esse texto do médico deve estar mesmo ultrapassado pois acredito até que velhinhas como a do desenho tendam a desaparecer. As pessoas estão se preocupando mais com a saúde e com o saber viver. Velhinha como a do desenho, talvez exista depois dos 90. Para chegar lá, falta muito ainda. Muita birita e muita risada.

Sendo assim, eu abandonaria o questionamento sombrio que você imprimiu no "When I'm 64", até porque a letra dessa música não tem nada de baixo astral, é uma canção de amor, e eu ficaria com um pensamento mais Fernando Pessoa, achando que "tudo vale a pena quando a alma não é pequena" e que é possível assim, segundo Bryan Adams, ser "Forever Young".

Que coisa hein? Troca de médico!

Beijos,
Lulu.