segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Carta 10 - Qtd e qualidade

Querido Pierre,

no outro dia escutei dessas fábulas modernas dignas de serem comentadas. Havia um casal desses que se diz atletas sexuais, desses que deixa todos os casados com vergonha. Era todo dia, na cozinha, no banheiro, na mesa da sala, essas coisas assim. Um fogo que o casamento (segundo eles) não apagou.

Seguindo o roteiro tradicional o casal resolveu "engravidar". E é aí que entra a ironia. Eis que durante 2 anos tentaram e nada. Considere que por 2 anos, segundo o que já descrevi antes, eram tentativas em quantidades muitíssimo superiores à média. Nem útero invertido resistiria.

Aí, comentário de uma amiga minha economista e versada em ditos populares: "menina, morri de pena. Mas vou dizer no popular: vai ter porra rala assim!". Eu já estava passando mal de tanto rir quando ela acrescentou para arrematar, uma explicação técnica: "Durante 2 anos, já não estava mais valendo a pena... Saca ROE?"

Eu que de economia, não entendo nada, entendi "ROI" que era o único termo que eu conhecia e continuei rindo. Mas percebi a sutil diferença e acabamos embarcando numas discussões para entender qual dos 2 termos melhor se aplicava ao problema do casal. E no fim, entendi que realmente "ROE" era o termo.

Roubando explicações do wikipedia que a minha amiga me cedeu:

ROE é o acrônimo de Return On Equity (em português: Retorno sobre o Patrimônio). A ROE é um indicador financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios recursos. Isto é, o quanto ela consegue crescer usando nada além daquilo que ela já tem.

O ROI é um acrônimo de Return on Investment, em português, Retorno do Investimento. Este índice financeiro mede o retorno de determinado investimento realizado e contabilizado em meses nos quais ele será amortizado para então começar a gerar lucros.

E a formulinha: ROI = ( gain from investment - cost of investment ) / cost of investment

Ou seja, é ROE mesmo. Recurso próprio aplicado. Mas no fim, até que o ROI também entrou na história através de consultas caríssimas para resolver o problema. E preciso dizer que neste caso, o ROI transforma-se em prejuízo líquido e certo, uma vez que filho gerado é sempre custo, fixo e crescente ao longo dos anos. Possibilidade nula de amortização.

Beijos,
Lulu.

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