domingo, 10 de maio de 2009

Carta 14 - Ironias amorosas

Pierre,

fui numa balada um dia desses. O lugar em si era bom mas o movimento estava muito fraco. Digamos assim que para quem queria "se dar bem", tava difícil. Pois eis que uma das minhas amigas, que foi a única que conseguiu se arrumar (e bem), estava toda tristonha ao final, na hora de ir embora, depois que o carinha se foi.

O motivo? Vou te explicar em detalhes:

Essa minha amiga, há um tempinho atrás, andou ficando com um cara. Segundo ela, não se apaixonou mas parece que as mulheres têm essa tendência a ficar remoendo os romances. Homem não, vai lá, fica e pronto, tudo muito prático. A balada em si, foi uma tentativa dela de não ficar em casa, lembrando do tal do cara.

No meio da balada surge uma paquera, ela começa a conversar, o house nervoso rolando na pista. E conversa vai, conversa vem, o papo começa a ficar mais interessante, ela se desliga do mundo e ganha um beijo. E o que acontece????? Começa a tocar na pista, nada mais nada menos do que uma das músicas preferidas do outro cara, o do caso mal-sucedido.

Imagina a menina, no escuro da balada, ouvindo essa letra:

"Cause I'll be there
And you'll be there
We'll find each other in the dark
And you'll see
And I'll see you too
Cause we'll be together in the dark"

Depois que ela me contou a história eu tive que concordar. Que foi uma ironia e tanto. Que ela fosse para a balada para esquecer, encontrasse um outro cara legal num local sem oportunidades e no fim ganhasse um beijo no exato momento em que a música começou, uma música que nem está tão atual assim.

Parece que essas coincidências, essas ironias, acontecem o tempo todo, não é? Aliás, não existe nada mais melancólico do que música que faz lembrar de alguém, não acha?

Beijos,
Lulu.

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